PROGNÓSTICO - CARLOS ORDOÑEZ
Vou me sentar.
Silenciosamente
alguém se aproxima com uma cadeira ou uma cama,
mas poderia trazer-me um ataúde.
O tempo
não é mais um menino que corre
mas o terrível examinador da vida:
agora atravessa a rua e penso o que significa um tropeço.
Procuro não olhar para trás quando dobro uma esquina,
e ao levantar-me de meu posto
não sei se deixei na parede uma parte de minha sombra.
A tristeza de observar a solidão
através de uma janela me faz sofrer a gritos!
Vou me sentar e contemplar o horizonte
até enxergar um ponto mínimo que vem a mim
e adquire o rosto pálido da Morte.
Alguém me diz que não existe mais esperança que esta.
E eu apenas sorrio.
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